Artigo publicado na Rever (Revista de Estudos de Religião), PUC-SP, 2009
Resumo
Os mandeus são os únicos remanescentes do antigo gnosticismo”. Durante séculos viveram no sul do Iraque e no sudoeste do Irã, nas planícies da antiga Mesopotâmia banhadas pela bacia dos rios Tigre e Eufrates. Hoje, depois dos conflitos bélicos na região, correm risco de extinção. A primeira referência europeia a eles data do final do século XIII, início do XIV. Desde então, a questão da origem do mandeísmo intriga missionários cristãos, viajantes e acadêmicos. No século XVI foram identificados com cristãos descendentes do movimento de João Batista, que fugiram de perseguições depois da queda de Jerusalém em 70 d.C. Durante muito tempo prevaleceu a teoria de que, em seu êxodo da Palestina, eles teriam passado pelas montanhas da Média antes de se estabelecer ao sul da Babilônia. Em seu périplo absorveram tradições dos gnósticos e dos persas. Quando finalmente se fixaram na região mesopotâmica dos alagados, incorporaram tradições religiosas autóctones. Contra a teoria da origem palestina, a tendência atual dos especialistas afirma a origem mesopotâmica a partir de achados arqueológicos, que indicam que os mandeus já eram ativos nos séculos II-III d.C.
Palavras-chave: mandeísmo, origem palestina judaico-cristã, origem mesopotâmica, teologia dualista
Abstract
The Mandaeans are the only remnants of ancient Gnosticism. They lived for centuries in southern Iraq, and in southwestern Iran, in the plains of ancient Mesopotamia, bathed by the Tigris and Euphrates basin. Today, after the military conflicts in the region, they run the risk of extinction. The first European reference to them dates from the end of the XIIIth century, beginning of the XIVth. Since then, the question of the origin of Mandaeanism intrigues Christian missionaries, travelers and scholars. In the XVIth century they were identified with Christians descended from John the Baptist’s movement, who fled persecution after de fall of Jerusalem in 70 A.D. For a long time prevailed the theory that during their exodus from Palestine, they had passed through the mountains of Media before settling south of Babylon. During their migration they absorbed Gnostic and Persian traditions. When they finally settled in the Marshes of lower Mesopotamia, they incorporated autochthonous religious traditions. Contrary to the theory of their Palestinian origin, the present tendency of experts is to affirm their Mesopotamic origin based on archeological discoveries that indicate that the Mandaeans were already active in the II-IIIrd centuries A.D.
Keywords: Mandaeanism, Palestinian Jewish Christian origins, Mesopotamic origins, Dualistic Theology.
Link para o artigo completo: Rever/PUC-SP