Anais da XIII Jornada Internacional de Estudos de Kierkegaard da SOBRESKI – Sociedade Brasileira de Estudos de Kierkegaard (05 a 08 de novembro de 2022)
O desespero é bom
quando é fonte de energia
Fernando Pessoa
INTRODUÇÃO
O desespero aparece na maioria das formulações filosóficas, principalmente durante o século XIX, como sinônimo ou resultado da desordem, do mal e da infelicidade do mundo, i. e., como um dos obstáculos insuperáveis do mundo. Schopenhauer (2005), por exemplo, já apregoava que a vida era desespero e asseverava que o nosso mundo é o pior dos mundos possíveis, pois a desesperança supera os prazeres, faz a felicidade inatingível e torna a vida um complexo sofrível de acontecimentos ruins, desprezíveis ou repugnantes. Assim, o desespero pessimista se nos mostra para além da antítese ao otimismo, mas, principalmente, como negação da possibilidade de progresso ou de qualquer melhora do gênero humano.